Praticar profissionalmente um esporte não é nada fácil, imagine agora se dedicar a cinco? Parece uma tarefa ingrata e improvável, mas não para quem se dedica ao pentatlo moderno, como a curitibana Isabela Abreu, uma das promessas brasileiras da modalidade para trazer bons resultados nas Olimpíadas de Tóquio.
Atleta #NCTeam com título brasileiro e participações em mundiais da categoria, Isabela concedeu uma entrevista exclusiva para nós, contando os principais desafios de sua carreira
NC: Quando começou no pentatlo e percebeu que seguiria carreira no esporte?
Isabela Abreu: Eu tive muitas idas e vindas no esporte, mas após ter feito um ano de faculdade tive a oportunidade de entrar para uma equipe, o PENTACMC e lá eu percebi que o esporte seria minha carreira pelos próximos ciclos olímpicos.
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IA: Como a rotina de qualquer atleta de alto rendimento, a disciplina é a chave, para o pentatlo não é diferente. Em dois períodos, manhã e tarde, concilio treinos de pelo menos três modalidades. Sendo as tardes reservadas para a natação. Das 18h50 as 22h30 curso eng. Elétrica na Universidade Federal do Paraná.
NC: Você já teve que lidar com com situações adversas que a fizeram querer desistir da carreira?
IA: A faculdade é um fator que pesa bastante, o curso é bem difícil e com as viagens constantes para competições meu número de faltas e a perda de conteúdo são situações bastante adversas. Outro ponto é a questão financeira, a falta de patrocínio que faz com que eu mesma tenha que arcar com os custos de viagens, suplementação e outras despesas.
NC: Conte um evento/momento marcante marcante
IA: No ano de 2017, tive a oportunidade de participar do Mundial Militar na Polônia, uma competição internacional com a participação de muitas atletas olímpicas. Nessa competição obtive o primeiro lugar na prova de hipismo, junto com outras três atletas. Na prova de combinado, corrida e tiro, fui muito constante e precisa, obtendo o nono melhor tempo da prova. Finalizei o dia na vigésima primeira posição.
NC: Qual atleta admira?
IA: Admiro muito a atleta Laura Asadauskaite da Lituânia, assim como eu, ela tem o atletismo com modalidade de origem, consequentemente essa é sua melhor prova. Ela têm tempos surreais de corrida e uma recuperação incrivel no final de cada prova.
NC: Fora todos esses esportes, quais são seus hobbies?
IA: Como eu passo muito tempo fora de casa treinando, gosto de curtir o fim de semana em família ou com os amigos. Churrasco, jogos de tabuleiro e baralho são ótimos passatempos. Durante a semana não tenho costume de assistir televisão, então um filme ou seriado são maneiras de curtir o tempo e descansar, afinal final de semana é o momento de recuperar as energias para a próxima semana.
NC: Qual seu maior objetivo?
IA: Meu objetivo a longo prazo é integrar a equipe brasileira de pentatlo moderno nos Jogos Olímpicos de Verão, mas para isso tenho alguns objetivos menores, que farão com que eu suba no ranking brasileiro e conquiste a vaga para os Jogos Olímpicos.
NC: Expectativas e metas para 2018
IA: Para 2018, tenho objetivo de terminar o ano em primeiro lugar no ranking brasileiro. Outra meta é ficar entre as oito primeiras colocadas no Pan Americano de Pentatlo Moderno, no Peru, competição mais importante do calendário desse ano.
NC:Como vê o panorama atual do pentatlo feminino brasileiro
IA: O pentatlo moderno é uma modalidade pouco conhecida no Brasil e com poucos praticantes. Após as Olimpíadas do Rio, em 2016, muito investimentos foram cortados e o panorama para 2018 não é nada bom. Pouquíssimas competições em território brasileiro e grande investimento para participar de competições internacionais é a triste realidade dos atletas de pentatlo moderno.
