Doping – a triste realidade do esporte

Artigo escrito pelo Dr. Jan Sprey

O doping é um problema grave que assola o esporte de alto rendimento há décadas. O primeiro registro de uso de fórmulas dopantes em jogos internacionais foi em 1952 em Oslo, na Noruega. Desde então o problema só vem aumentando. Em 1968, nos Jogos de Inverno, começaram os testes para detecção desta substância e em 1999 foi fundada a Agência Mundial Anti-Dopagem (WADA), que estabelece normas e formula a lista de substâncias e métodos proibidos para o Comitê Olímpico Internacional (COI) e diversas federações esportivas.

A definição de doping pelo COI é o uso de qualquer substância estranha ao corpo ou mesmo fisiológica, administrada em doses ou por vias anormais, com a intensão de melhorar artificialmente o desempenho físico. O uso de métodos ou substâncias que transgridam preceitos éticos ou ponha em risco a saúde do atleta também pode ser considerado doping.

Algumas substâncias tem seu uso proibido dentro e fora de competição, outras apenas durante competições. Ainda existem aquelas que são proibidas em esportes específicos como o álcool (proibido em esportes de velocidade e tiro com arco). A lista destas substâncias é atualizada anualmente, em Janeiro, pela WADA.

Um atleta pode ser submetido a testes aleatórios dentro de competição e mesmo fora, durante o período de treinamento.

A Federação Internacional de Tennis (ITF) segue as regras da WADA e tem um grupo de trabalho dedicado para o combate do doping. Em 2016 a ITF realizou 4899 testes anti-doping, dentro e fora de competição, um número 10% maior que 2015. No momento existem 7 indivíduos suspensos, sendo que 2 deles estão banidos pelo resto da vida. O atleta Laurenţiu Basarab, da Romênia, foi banido em Abril de 2015 pelo uso de esteróides anabólicos. O médico Luis Garcia del Moral, da Espanha, foi proibido em 2012 de ter envolvimento com atletas que participem de torneios da ITF. Garcia del Moral foi acusado de tráfico de esteróides e outras substâncias dopantes assim como o uso em atletas que acompanhava.

A tenista russa Maria Sharapova foi suspensa por dois anos da participação de torneios oficiais. Ela testou positivo para uma substância chamada Mildronato presente na medição Meldonium. Esta medicação foi desenvolvida na década de 70 na Latvia para a utilização em animais, porém posteriormente utilizada para tratamento de doenças cardíacas. Estudos demonstraram a melhora da performance esportiva com uso deste composto, assim como melhora da recuperação muscular após o treinamento. O Mildronato entrou na lista de substâncias proibidas da WADA em 1º de Janeiro de 2016 na subseção S4 (hormônios e moderadores metabólicos) da lista de substâncias proibidas. A tenista testou positivo em um exame de urina em 26 de Janeiro de 2016. Após apelar aos tribunais sua punição foi reduzida de 24 para 15 meses, sendo reintegrada em Abril de 2017.

Além das drogas para melhora de performance as drogas de abuso são um problema real no tênis. A tenista suíça Martina Hingis e o tenista francês Richard Gasquet testaram positivo para metabólitos de cocaína. Hingis foi banida por 24 meses e abandonou o esporte profissional, retornando em 2013 para um torneio de duplas. Gasquet foi considerado inocente do uso voluntário e intencional alegando que foi exposto à cocaína através de um beijo em uma boate na véspera de seu jogo, ainda assim foi suspenso por 2 meses e 15 dias.

* Médico formado pela Santa Casa de São Paulo.

Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Santa Casa de São Paulo

Especialista em Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)

Especialista em Cirurgia do Joelho e Artroscopia pela Santa Casa de São Paulo

Especialista em Traumatologia Esportiva pela Santa Casa de São Paulo

Pós-Graduado em Medicina do Exercício e do Esporte (Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP)

Diretor da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva (SPAMDE)

Médico dos Atletas de Alto Rendimento do Esporte Clube Pinheiros (ECP
)
Médico Assistente no Grupo de Trauma do Esporte da Santa Casa de São Paulo
Coordenador da Liga Acadêmica de Medicina do Exercício e do Esporte da Santa Casa de São Paulo

Professor da pós-graduação de Medicina Esportiva do Instituto BWS

Sobre o Autor
Formado em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero e Especialista em Assessoria de Comunicação e Mídias Sociais pela Universidade Anhembi Morumbi, profissional com mais de 10 anos de experiência em comunicação organizacional. Desenvolvimento de atividades como: relacionamento com o público interno, coordenação e estratégias de criação e comercialização de campanhas em mídias sociais, trade marketing e comunicação externa. Know how em gestão de canais, organização de eventos, cerimonial e protocolo, relacionamento com stakeholders, além de coordenação da edição de publicações técnicas. Responsável pela carreira e imagem de atletas de performance e profissionais, além do gerenciamento da comunicação organizacional e marketing de empresas dos ramos de esportes, qualidade de vida, cultura, ensino e entretenimento, atendendo contas como CNA Idiomas e Sutton São Paulo. Atuou como docente convidado do módulo Relações Públicas, Assessoria e Comunicação Interna no curso de pós graduação de Gestão da Comunicação Integrada do Senac. Também ministra palestras sobre temas variados de comunicação.
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