Ironwoman: conheça Taynara Bonetti

Ser atleta no Brasil não é uma tarefa das mais fáceis, imagine só competir em três modalidades diferentes e ainda e preparar para uma das competições de resistência mais aclamadas e difíceis? Para a jovem Taynara Bonetti é algo corriqueiro e faz parte de sua rotina. Aos 20 anos, a catarinense é uma das promessas do triathlon brasileiro e já tem resultados de gente grande. Conversamos com ela logo após ela se sagrar vice-campeã da 1ª etapa catarinense de Triathlon Sprint “Faltou pouquinho!” contou entre risadas, uma de suas marcas registradas e está em fase de preparação para o Ironman 70.3, que será disputado em Florianópolis.

NC: Como é a rotina de preparação de uma triatleta?

Taynara Bonetti: Bom, acontecem ciclos de treinamentos conforme nossos objetivos (provas foco). A rotina é embasada em várias coisas para a preparação, desde um bom treinamento, acompanhamento nutricional, fisioterapia, psicológico, entre outros. É uma variável muito grande.

NC: Quando os esportes entraram na sua vida e decidiu que queria ser uma atleta?

TB: Desde meus 4 anos de idade pratico natação, e por iniciativa minha, aos 9 iniciei no triathlon. Nessa trajetória passei por outros esportes, como futsal, capoeira, basquete, handball, judô, etc. Sempre fui muito competitiva, é uma coisa que nasceu comigo!

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NC: Você vai disputar o Ironman Florianópolis, conta como é a preparação e as expectativas pela realização desse sonho?

TB: Não foge muito do que já venho fazendo durante esses 12 anos de triathlon. A novidade pra mim são apenas os volumes e o novo plano nutricional, mas no mais, estou achando tranquilo! As expectativas sempre são boas. Sempre é bom estar confiante e acreditar que vai dar tudo certo. Acredito que isso seja 50% da preparação, pois se você não acredita no seu trabalho, ninguém mais vai acreditar e as chances de dar tudo errado é bem grande!

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NC: Pretende disputar outras provas do Ironman? Quais?

TB: Sim, antes do Ironman Brasil, irei passar pelo 70.3 Ironman (meio-ironman) aqui em Floripa também, talvez 70.3 Ironman Rio de Janeiro, Buenos Aires, e se tudo der certo (caso consiga classificação), 70.3 Ironman Africa do Sul e Ironman Hawaii.

NC: Qual a importância do auxílio das marcas na sua carreira?

TB: Fundamental. Sem o auxílio e apoio das mesmas provavelmente hoje não estaria no patamar em que me encontro hoje. Todo e qualquer apoio é de mera importância na carreira de um atleta. Utilizar bons equipamentos, ter acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, etc.

NC: Você intercala sua rotina de atleta de performance com a faculdade. Como administra seu tempo?

TB: Tudo é questão de organização e programação. Consegui achar o curso que eu gosto, no período da noite e pra ajudar ainda mais, a faculdade fica A 1 minuto de carro da minha casa! Faço todos os treinos durante a manhã (acordo entre 4h30 e 5h durante a semana), e às vezes chego somente 12h ou 14h em casa. Nesse período aproveito pra descansar e as 19h já estou sentada na carteira da sala. Não é fácil, mas também não é um bicho de 7 cabeças. Muitos atletas tem que conciliar trabalho, família, filhos e treinos, não posso reclamar de barriga cheia, por hora só faco essas duas coisas, estudar e treinar (risos)

NC: Você tem o apoio da Hammerhead, como surgiu esse contato com a marca e a importância dela para você?

TB: Meu contato com a Hammerhead surgiu quando eu estava iniciando no triathlon, e ainda participava de competições de piscina. Isso foi lá em 2010. Desde então temos uma relação de cumplicidade. Tenho acesso aos melhores materiais de natação, tanto para treinos e competições,e como citei anteriormente isso é de extrema importância para meu desenvolvimento profissional.

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NC: No dia das mulheres você participou de uma live sobre as mulheres no esporte. Acredita que exista discriminação com as atletas do sexo feminino?

TB: Sim, mas como comentei na live, isso vem diminuindo cada dia mais. A mulher felizmente está conquistando seu espaço aos poucos e ganhando admiração (falando no esporte) por outras pessoas, e não digo só de homens, mas de outras mulheres também. É legal ser reconhecida!

NC: Como você vê a entrada de atletas trans no esporte?

TB: Não tenho opinião formada sobre isso.

NC: Qual o grande desafio de ser atleta no Brasil?

TB: Ser atleta no Brasil realmente é por amor. A falta de estrutura para treinamento, e incentivos para a formação de atletas é precária.

NC: Pretende se dedicar integralmente ao esporte?

TB: Na verdade já faco isso, tenho metas talvez audaciosas que prefiro guardar pra mim por enquanto. Mas, vou fazer minha parte de continuar treinando bastante e ver o que acontece!

NC: Quais são seus próximos objetivos?

TB: 70.3 Ironman no dia 22 de Abril e Ironman Florianopolis dia 27 de Maio.

NC: Quando não está correndo, nadando ou pedalando, o que gosta de fazer?

TB: Tomar café, sair pra comer, ficar deitada no sofá e dormir! (nada que eu tenha que me mexer muito, acredite, sou preguiçosa fora do treino).

NC: Conte um pouco sobre você: filmes, livros, estilo musical que te incentivam ou que goste

TB: Filmes gosto de suspense e ação. Livros gosto dos motivacionais e biografia de atletas ícones (tipo Usain Bolt, Lance Armstrong e Michael Phelps), e estilo musical acho que sou a pessoa mais eclética que você pode conhecer. Minha Playlist se resume a hip-hop a sertanejo (risos)

NC: Você faz alguns trabalhos de modelo fora o esporte, conte nos um pouco sobre isso

TB: Apenas um hobbie que vem dando certo e que eu gosto de fazer! Faço muitos trabalhos como atleta-modelo e outros apenas como modelo comercial, mesmo. Isso não é prioridade e não deixo interferir nos meus treinos.

NC: Qual recado você deixa para as mulheres que são esportistas e ainda lutam pelo reconhecimento.

TB: Que nunca desistam dos seus objetivos, que o trabalho é duro e bem demorado (vejo por mim, 12 anos de triathlon e só agora estou começando a colher frutos), que não se desesperem se dar algo errado porque tudo passa. E o principal, nunca passar por cima de ninguém!

Mulher tem que ser amiga de mulher e ficar feliz com as conquistas da outra, e não ficar uma tentando diminuir a outra. Acho que é isso!

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Sobre o Autor
Formado em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero e Especialista em Assessoria de Comunicação e Mídias Sociais pela Universidade Anhembi Morumbi, profissional com mais de 10 anos de experiência em comunicação organizacional. Desenvolvimento de atividades como: relacionamento com o público interno, coordenação e estratégias de criação e comercialização de campanhas em mídias sociais, trade marketing e comunicação externa. Know how em gestão de canais, organização de eventos, cerimonial e protocolo, relacionamento com stakeholders, além de coordenação da edição de publicações técnicas. Responsável pela carreira e imagem de atletas de performance e profissionais, além do gerenciamento da comunicação organizacional e marketing de empresas dos ramos de esportes, qualidade de vida, cultura, ensino e entretenimento, atendendo contas como CNA Idiomas e Sutton São Paulo. Atuou como docente convidado do módulo Relações Públicas, Assessoria e Comunicação Interna no curso de pós graduação de Gestão da Comunicação Integrada do Senac. Também ministra palestras sobre temas variados de comunicação.
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